domingo, 6 de fevereiro de 2011

O Direito Humano de Apedrejar Adúlteras

Qualquer semelhança com qualquer outro tópico é pura coincidência.


"Sondagem revela que os egípcios são a favor da democracia e do apedrejamento de mulheres por adultério."
URL - http://www.theglobeandmail.com/news/world/crisis-in-egypt/poll-shows-egyptians-favour-democracy-and-stoning-for-adultery/article1892414/


Comentários a esta notícia:.
Acho que percebo.

São a favor da despenalização do apedrejamento de adúlteras, se realizado por opção da maioria da turba, em campo de execução legalmente autorizado. Onde é que eu já vi uma conciliação deste tipo entre democracia e a vontade de matar? No mundo ocidental desenvolvido!

Outro comentador acrescenta:
Eu pessoalmente sou contra o apedrejamento, mas não vou impôr a minha moral no apedrejador. Claro que deveríamos tornar o apedrejamento raro, seguro e barato, mas a decisão é sempre de quem vai apedrejar.

Afinal, o que é pior: apedrejar uma mulher num sítio sem condições ou em instalações com pedras especialmente feitas para tais ocasiões? Luvas dava jeito. Enfim, deveria ser num ambiente médico onde o apedrejador possa ser ajudado a apedrejar a mulher sem interferências de padres ou da família.
E ainda:
É isso.

O que importa aqui é diminuir o número de apedrejamentos clandestinos.

Quantos homens não dão entradas nas urgências com dedos e mãos feitos num oito, à pala de catarem pedras não polidas? Ficam inválidos para o trabalho, só porque o estado se intromete nas decisões pessoais dos cidadãos.

E quantos não morreram ao longo dos anos, só porque o estado se recusa a regularizar e a colocar stewards nas sessões de pedrada?

Ficam todos ao monte sem qualquer organização e método, nem uma fila indiana. Depois, com a euforia, espezinham-se ou acabam a atirar pedras uns aos outros. Isto quando os lá de trás não erram o cálculo e as pedras acabam por cair nos pobres homens da frente.

(Faz lembrar aqueles casos em que se quer perfurar um bebé com uma agulha de tricot, e acaba-se a perfurar a parede do útero da mulher. É uma vergonha que não se possam perfurar bebés com objectos mais acutilantes, sem colocar em risco a vida das mulheres.)

Já imaginaram o que é ter uma vizinha adúltera, só porque o estado não legaliza o apedrejamento?
Há homens pobres que também têm o direito de apedrejar a adúltera que lhes inferniza a vida.

Mas isso acarreta custos. Tem de se perder uma manhã de trabalho a abrir uma cova (com uma máquina é mais rápido, mas fica muito mais caro); depois há que perder uma tarde a recolher pedras não tão grandes que matem logo, não tão pequenas que só arranhem. Os custos com o seguimento que é depois preciso dar ao cadáver. Enfim, enquanto não se legalizar o apedrejamento estamos apenas a beneficiar o lucro dos apedrejadores clandestinos. Sabemos que os egípcios ricos vão apedrejar ao Sudão ( é a Espanha lá do sítio), já os pobres têm de o fazer na clandestinidade, nas traseiras sem condições de uma qualquer mesquita.

Por isso, pergunto:

Já imaginaram o que é ter uma vizinha adúltera, só porque não se teve dinheiro para pagar um apedrejamento?

O estado tem de financiar causa tão nobre, e de permitir a entrada de empresas especializadas no mercado egípcio.
Por fim:
Proponho um referendo até que o sim ao apedrejamento ganhe. Há que dissolver os costumes arcaicos do "direito à vida". Esses "direitos" são invenções que chegaram até nós devido ao preconceito religioso cristão. E queremos discutir esta questão com argumentos racionais, de ciência. Não com moral ou ética.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Se vai comentar para defender a legalização do aborto veja primeiro este video. Caso mantenha a decisão de comentar para apoiar a legalização da matança dos fracos e inocentes, escusa de perder tempo. O seu comentário não será publicado.

ShareThis

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...